A chave
desaparecida
Era uma vez um rei de um reino
distante. Um dia, ao amanhecer, descobriu, preocupado, que a pequena chave
verde que guardava na gaveta da cómoda, tinha desaparecido. Assustado, foi
chamar os seus fiéis amigos para o ajudarem. Logo o cão, o gato e o pássaro
vieram para o ajudar. Claro que vinha o pássaro a fugir do gato e o gato a
fugir do cão.
- Vamos aos reinos, vamos aos reinos
– paparicou o pássaro.
- Boa ideia, Francisco! – disse o
rei.
- Ão, Ão, Ão! – ladrou o Tomé.
O coitado do gato Pimpão, só fugia,
tal era o medo.
- Tenham calma, vamos falar com o Rei
do Mundo dos Doces!
E...
- Olá senhor rei!
- Olá! Queria saber se por acaso viu
uma chave verde.
- Ver já vi muitas - disse
mordiscando uma fatia de bacon - Mas acho que recentemente, nem por isso.
- Hummm... Obrigado!
- Ele está cada vez mais gordo!
E todos concordaram!
Quando iam a voltar para casa
passaram pelo senhor Alfredo.
- Viu alguma chave verde?
- Não vossa majestade. Mas o que
aconteceu?
O rei explicou-lhe a situação tintim
por tintim e, no fim, o senhor Alfredo só disse:
- Devia procurar melhor, não terá
posto noutra gaveta?
O rei agradeceu a ajuda e seguiu o
conselho do senhor Alfredo.
Quando foi procurar, viu uma coisa
que tinha altos e baixos. O que seria?
Curioso, apalpou aquilo e, viu que
era um fundo falso. Abriu – o e viu que continuava com uma escadaria em caracol
muito estreita de maneira que só cabia lá uma pessoa (o rei do Mundo dos Doces,
não caberia)!
Foi chamar o Pimpão, que foi chamar o
Francisco, que foi chamar o Tomé.
Todos foram ver aquele mistério e ao
ouvir a opinião dos outros três, decidiram entrar.
Subiram as escadas e, quando chegaram
lá acima viram que estavam a entrar numa gruta que mais parecia um labirinto.
Encontraram um mapa que dizia:
“Tesouros ganhos”
“Tesouros roubados”
“Sala”
“Cozinha”
“Quarto”
Foram para a secção de “Tesouros
roubados”.
“Direita, esquerda, frente, direita,
esquerda, frente, esquerda”
Seguiram o caminho e lá encontraram
os seus tesouros. Pegaram neles e levaram-nos para casa. Só aí perceberam que
já não sabiam voltar para casa. Estavam perdidos.
Começaram a tentar encontrar alguma
pista que os ajudasse. Viu um ecrã de vidro onde dizia contactos, mas não havia
rede.
Andou, andou, andou até encontrarem
rede. Ligaram para o senhor Alfredo os vir ajudar e ele aceitou, obviamente.
Quando veio, deixou pequenas pedras pelo caminho de ida, para depois não se
perderem. Foram caminhando até que encontraram dois contrabandistas na cozinha.
Eles puseram-se à frente deles, não os deixando passar, e como já vinham
prevenidos, atiraram uma rede para cima deles. Quando os identificaram, ficaram
surpreendidos por um deles ser o Rei do Mundo dos Doces.
Entretanto, tiveram uma ideia: pegaram
numa caixa de smarties e atiraram-na para o outro lado da gruta. Ele, como
grande guloso, foi logo a correr e deixou o amigo sozinho, sem qualquer
hipótese de se defender.
Quando corria, tropeçou na rede e ainda
ajudou a embrulhar mais o amigo. Ele próprio não ligou a mais nada, senão comer
os smarties.
Chamaram a polícia que veio
imediatamente e os pôs com 20 anos de prisão.
O rei tirou todo o dinheiro de lá e
deu metade ao senhor Alfredo.
Todos voltaram lá para cima e assim,
todos ficaram bem. Aliás, o senhor Alfredo até se tornou num aliado do rei,
ficando a viver nas grutas, para poder ter mais auxílio do rei e o rei dele.
E foi assim que o rei do Mundo dos
Doces, e o outro suspeito, foram presos e nunca mais voltaram a fazer
contrabandismo.